sexta-feira, 22 de agosto de 2008

nó.

Às vezes o tudo é tão pouco que o nada acaba servindo de compania.
E eu aqui, sentada, tomando um conhaque pra esquentar, olhando pela janela o ceu negro e vazio. Tão vazio quanto você e ao mesmo tempo, tão pesado quanto eu. Me recordo de pessoas e lugares, faço planos e finjo querer o mesmo que você. A verdade é que agora estou olhando para o relogio, pensando onde extamente você está. Tentando traçar seu caminho de volta, mas as possibilidades são diversas e me assusta pensar o óbvio.

É tao provavel que eu não supere e tão clichê pensar que você também não irá superar.

O certo é que eu já não lhe ouço mais, já não lhe sinto mais e posso ver nitidamente, nosso nó sendo desfeito. Sao coisas que so o tempo pode explicar, curar e criar, e é esse mesmo tempo que me leva pra longe de tudo que um dia fez parte de nós.
Talvez agente se encontre no corredor do supermercado e teu filho abra um sorriso tao cativante quanto o seu quando eu pegar aquela lata de doce que está fora do alcance dele. Daí entao, nosso olhar se cruza e voce sorri assustado, passa a mao na cabeça e com as pernas tremulas diga: faz tanto tempo! Depois pega teu filho no colo, fala pra ele dizer obrigado a "moça" e me dá um até logo como aqueles de hollywood e vai para a casa. Assim como eu, você vai passar o resto da semana pensando no passado, e sua bela esposa vai lhe fazer um cafuné e um café forte. E mesmo sentindo um vazio tao pesado quanto o que to sentindo agora, você vai saber que fez a coisa certa e que nosso nó, na verdade nunca foi forte o suficiente pra correr riscos.

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